Civil society groups today expressed alarm at an increase in dengue incidence, leading to an emergency decree, in a town in Brazil where releases of genetically modified (GM) mosquitoes are taking place.
The promise was to create genetically modified mosquitoes that would end dengue, but results from field trials conducted in Bahia, Brazil have not been published to date and did not evaluate the relation between Aedes aegypti mosquito populations and the occurrence of dengue.[1] Nevertheless, the Brazilian regulator Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) recently gave the green light to the commercialization of the technology proposed by Moscamed Brazil in partnership with the English company Oxitec and the Universidade de São Paulo.
The Brazilian press had welcomed the new weapon to combat dengue but missed the information that Jacobina's mayor, a locality where the trials took place, issued a decree in February 2014 renewing the state of emergency "due to the abnormal situation characterized as a biological disaster of dengue epidemic".[2] Before that, Moscamed had announced 81% and 100% reduction in the number of Aedes aegypti mosquitoes in at least two localities of Jacobina, claiming that this meant the experiments were a success.[3]
According to Oxitec, pilot-scale releases started in the north-west of Jacobina in June 2013 and the programme will roll out across the entire city over two or three years.[4]
During the evaluation of the commercial application for the release of the GM mosquito, a CTNBio member had presented a report with information questioning the impact of the GM mosquitoes on the incidence of dengue and warning that in some circumstances the releases could make the disease worse, even if the number of wild Aedes aegypti mosquitoes was reduced. The concerns raised did not convince the majority of the Commission. The Brazilian National Agency of Sanitary Vigilance (ANVISA) is now in charge of registering and monitoring the product, which according to the company's recommendation implies weekly releases of 10 million GM mosquitoes for every 50 thousand inhabitants. Meanwhile, the date of publication of the promised results remains unclear.
Brazilian and international civil society organisations, including AS-PTA, Third World Network, RALLT (Network for a GM Free Latin America) and GeneWatch UK, today called on ANVISA to require Oxitec to publish the results of its experiments in a scientific journal and to cease further experiments and the commercial use of this technology until it has assessed the effects on the incidence of dengue and put an effective monitoring programme for the disease in place.
"CTNBio should review its decision to approve commercialization in light of the reality seen in Jacobina and ask for further serious studies on the full implications of releasing the GM mosquito over the local population" said Gabriel Fernandes, from AS-PTA, Brazil.
"Oxitec is knocking on the doors of many countries, promoting its GM mosquitoes as being able to address the serious threat of dengue. Yet, with no concrete proof that this technology is able to reduce dengue incidence, any approval of the GM mosquitoes would be grossly premature," said Lim Li Ching, Senior Researcher at Third World Network.
"It is extraordinary that experiments with Oxitec's GM mosquitoes continue and commercial releases have even been approved without any monitoring of the effect on dengue", said Dr Helen Wallace, Director of GeneWatch UK "The declaration of a dengue emergency in Jacobina should be a wake-up call for the authorities."
For further information contact:
Gabriel B. Fernandes, Technical Advisor, AS-PTA, Brazil: + 55 21 987 341 669 (mobile)
Lim Li Ching, Senior Researcher, Third World Network, Malaysia: +603-79555220 (office); +6012-2079744(mobile)
Dr Helen Wallace, Director, GeneWatch UK: +44-1298-24300 (office); +44-7903-311584 (mobile)
Source:
Joint Press Release: Agricultura Familiar e Agroecologia (AS-PTA), Red América Latina Libre de Transgénicos (RALLT), Third World Network, GeneWatch UK; 8 July 2014
http://www.genewatch.org/article.shtml?als[cid]=574133&als[itemid]=574678
Notes for Editors:
[1] Reducing the numbers of mosquitoes does not necessarily reduce the incidence of disease as the number of mosquitoes needed to transmit the disease is low. Further, the targetted mosquitoes may simply move to another area and/or a different species of mosquito (Aedes albopictus) which also transmits dengue can move into the area. Complex immune responses to the four types of dengue virus mean that a partial reduction in mosquito numbers can reduce cross-immunity to the different serotypes and increase the number of cases of the severe form of the disease, Dengue Haemorrhagic Fever, which is more likely to be fatal. Success in reducing illness in young children can also mean more delayed and serious cases of dengue. See for example: Thavara, U., Tawatsin, A., & Nagao, Y. (2014). Simulations to compare efficacies of tetravalent dengue vaccines and mosquito vector control. Epidemiology & Infection, 142(06), 1245-1258.http://journals.cambridge.org/download.php?file=%2FHYG%2FHYG142_06%2FS0950268813001866a.pdf&code=41e23427121b1dfb559d97c60a9e146d
[2] DECRETO No. 089 de 10 de fevereiro de 2014 http://aspta.org.br/wp-content/uploads/2014/05/Decreto-Jacobina2014.pdf
[3] Comissão de biossegurança aprova mosquito da dengue transgênico, G1, 11/04/2014. Available at: http://g1.globo.com/ciencia-e-saude/noticia/2014/04/brasil-libera-producao-de-inseto-transgenico-que-combate-dengue.html
[4] Dengue fever. The fastest growing mosquito-borne disease. E-book. Oxitec. January 2014. http://www.oxitec.com/wpcms/wp-content/uploads/OXITEC-Dengue-booklet1.pdf
Município que recebeu testes com mosquito transgênico renova situação emergencial de dengue
Nota à Imprensa
Por Agricultura Familiar e Agroecologia (AS-PTA), Red América Latina Libre de Transgénicos (RALLT), Third World Network, GeneWatch UK; 10 de julho de 2014
Organizações da sociedade civil manifestam sua preocupação com o aumento da incidência de casos de dengue em Jacobina, Bahia, município onde foram feitos testes de campo com mosquitos geneticamente modificados. No local foi renovada medida que decreta situação de emergência em face da epidemia da doença.
A promessa era criar mosquitos transgênicos para acabar com a dengue, mas os resultados produzidos em testes de campo no interior da Bahia não foram conclusivos e não avaliaram a relação entre a redução da população de Aedes aegypti e a ocorrência da dengue.[1] Mesmo assim, a CTNBio liberou o uso comercial desses mosquitos e deu asas à promessa da empresa Moscamed, que tem parceria com a inglesa Oxitec e a Universidade de São Paulo.
A imprensa brasileira comemorou a nova arma no combate à dengue mas deixou de divulgar que em fevereiro deste ano o prefeito de Jacobina decretou situação de emergência “em razão “da situação anormal caracterizada como desastre biológico de epidemia de dengue”.[2] Antes disso, a Moscamed havia divulgado redução de 81% e 100% no registro de casos de dengue em ao menos dois bairros de Jacobina.[3] Segundo a Oxitec, os testes na localidade começaram em junho de 2013 e deverão alcançar toda a cidade em cerca de 2 a 4 anos.[4]
O pedido de liberação comercial do mosquito transgênico recebeu um parecer crítico na CTNBio informando que em determinados casos a redução da população do Aedes aegypti nativo, que seria o efeito do controle pelo mosquito modificado, pode agravar a situação. O alerta não foi suficiente para acionar uma medida precaucionária por parte da Comissão.
Cabe agora à Anvisa registrar e monitorar o uso do produto que, de acordo com recomendação da empresa, requer liberações semanais de 10 milhões de mosquitos para cada 50 mil habitantes.
AS-PTA, Third World Network, RALLT e GeneWatch UK solicitam que a ANVISA demande da Oxitec-Moscamed a publicação dos resultados de seus experimentos em uma revista científica e suspenda os testes com a população e a comercialização dos mosquitos até que seus efeitos sobre a incidência da dengue sejam devidamente avaliados e que seja colocado em prática um programa efetivo de monitoramento.
“A CTNBio deveria rever sua decisão levando em consideração a realidade vista em Jacobina e solicitar estudos sobre os efeitos dessas liberações na população local” disse Gabriel Fernandes, da AS-PTA.
“A Oxitec está batendo na porta de vários países e promovendo sua tecnologia como capaz de resolver a ameaça da dengue. Contudo, qualquer liberação desses mosquitos sem as provas de que a tecnologia funciona é medida grosseiramente prematura”, avalia Lim Li Ching, pesquisadora sênior da Third World Network.
Para Helen Wallace, diretora do GeneWatch UK, “É incrível que os experimentos com os mosquitos da Oxitec continuem e que seja ainda aprovada sua comercialização mesmo sem nenhuma medida de avaliação de seus efeitos sobre a dengue. O decreto de Jacobina deveria servir como um grande sinal de alerta para as autoridades”.
Contatos:
Gabriel B. Fernandes, Assessor técnico, AS-PTA, Brasil: + 55 21 987 341 669 (cel.)
Lim Li Ching, pesquisadora senior, Third World Network, Malaysia: +603-79555220 (escrit.); +6012-2079744 (cel.)
Dr Helen Wallace, Diretora, GeneWatch UK: +44-1298-24300 (escrit.); +44-7903-311584 (cel.)
Notas:
[1] A redução do número de mosquitos não necessariamente reduz a incidência da doença uma vez que é baixo o número de mosquitos necessários para sua transmissão. Além disso, o mosquito alvo pode migrar para outras áreas e/ou dar lugar a espécies como o Aedes albopictus, também transmissor da dengue.
Thavara, U., Tawatsin, A., & Nagao, Y. (2014). Simulations to compare efficacies of tetravalent dengue vaccines and mosquito vector control. Epidemiology & Infection, 142(06), 1245–1258. http://journals.cambridge.org/download.php?file=%2FHYG%2FHYG142_06%2FS0950268813001866a.pdf&code=41e23427121b1dfb559d97c60a9e146d
[2] DECRETO Nº 089 de 10 de fevereiro de 2014 http://aspta.org.br/wp-content/uploads/2014/05/Decreto-Jacobina2014.pdf
[3] Comissão de biossegurança aprova mosquito da dengue transgênico, G1, 11/04/2014. Available at: http://g1.globo.com/ciencia-e-saude/noticia/2014/04/brasil-libera-producao-de-inseto-transgenico-que-combate-dengue.html
[4] Dengue fever. The fastest growing mosquito-borne disease. E-book. Oxitec. January 2014. http://www.oxitec.com/wpcms/wp-content/uploads/OXITEC-Dengue-booklet1.pdf